A Animação brasileira e seus animadores
Muito já foi dito sobre a qualidade das animações brasileiras. Críticas corrosivas acompanhadas de comparações com produções gringas são comuns. No entanto, quem muito critica a qualidade de nossas produções pouco sabe do processo que envolve uma animação.
O Brasil é pioneiro em animação 100% digital, com Cassiopéia – longa de Clóvis Vieira – produzido com pouco mais de 15 computadores 486 e lançado em 96 - alguns meses depois de Toy Story que acabou ficando com o título de pioneiro. Mas não é. Woody e seus companheiros foram modelados primeiro fora do computador, em bonecos de argila, e depois digitalizados por meio de scanner tridimensional, lembra Clóvis, que realizou seu filme inteiramente no computador a partir do software e do algoritmo.
De lá pra cá muito vimos. As animações da Pixar e Dreamworks conquistando adultos e crianças. E apesar de não termos visto nada grandioso na animação brasileira nesses últimos 10 anos, o Brasil não parou. Temos sim bons animadores. O que nos falta é viabilidade no processo e vontade nos negócios.
É virtualmente impossível para um estúdio de animação brasileiro encarar a produção de um longa sem apoio. Até os grandes estúdios como a Mauricio de Sousa Produções têm que recorrer a acordos e contratos para dar conta do custo de um longa animado.